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Parar de fumar: entenda o processo


Por muitos anos o cigarro foi tratado como artigo de luxo. Passando para seu usuário uma atmosfera poderosa, repleta de seriedade e – até mesmo – algo sedutor.

Com o passar do tempo a população pôde olhar além destes atributos. Hoje sabemos que seu consumo é altamente prejudicial. Segundo relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde), datado de 07 de julho de 2015, seis milhões de pessoas morrem por ano em decorrência do consumo de cigarros. Isso equivale a uma morte a cada seis segundos.


Um indivíduo fumante pode ter sua expectativa de vida reduzida em 25% em relação a um não fumante.

O número de óbitos por tabagismo chega a ser maior que o número de óbitos por alcoolismo, homicídios e suicídios combinados. O tabagismo não causa mal apenas à pessoa que, ativamente, consome o cigarro, as pessoas que convivem com os fumantes são bastante prejudicadas também.


Cerca de sete pessoas morrem por dia, no Brasil, em decorrência de prejuízos causados pelo que chamamos de fumo passivo (inalação da fumaça expelida pelo fumante em ambientes fechados ou quando estão muito próximos).


Ou seja: pais fumantes prejudicam a saúde de seus filhos em 50% principalmente no que diz respeito a doenças respiratórias. Crianças menores de um ano de idade expostas ao fumo passivo apresentam maior risco em relação a Síndrome da Morte Súbita Infantil.


Filhos de fumantes, que convivem na mesma casa, chegam a consumir o equivalente a cerca de quatro cigarros por dia, somente pelo fumo passivo.

Mas se o cigarro faz tão mal, por que é tão difícil de parar?


Além de toda a questão química que o cigarro traz consigo, que cria uma dependência fisiológica do organismo, o ato de fumar também envolve uma série de fatores psicológicos, que são os mais diversos e cada pessoa tem o seu agente motivador.


Se desvincular do vício também não tem um padrão. Para alguns é fácil, para outros uma jornada tida como impossível, mas você nunca deve se comparar a ninguém. Somente a você. Não se cobre demais, nem se entregue demais. Pensamentos como: “é muito difícil, nunca vou conseguir” ou “se eu relaxar, com certeza vou voltar a fumar” devem ser deixados de lado. Pensar assim só te tira do seu próprio poder!


Claro, você pode ter a sensação de ser difícil, é um direito pensar e sentir-se assim. Mas substituir frases depreciativas por frases de empoderamento, pode parecer “bobo” mas faz uma grande diferença na forma como você se organiza em ações de manutenção de sua decisão. Quando sentir-se com dificuldades, fale pra si: “pode estar sendo difícil, mas eu sou forte o suficiente para conseguir”.


É comum as pessoas iniciarem esse caminho de abstinência pensando em traçá-lo sozinho, mas o ideal é que esse processo seja feito em parceria. Existem muitos grupos de apoio que possibilitam uma troca muito rica onde um aprende com as conquistas e falhas do outro (lembre que não é se comparar com o outro, mas, sim, trocar e aprender).


Quando estamos lidando com um vício é preciso ter alguém nos apoiando, nos incentivando a continuar e nos ajudando a lembrar que somos capazes de chegar a qualquer lugar.


Caso você escolher seguir esse caminho sozinho, tudo bem, o importante é dedicar-se a sua escolha e acreditar na sua conquista.


Toda essa reflexão leva muitos à grande pergunta: como parar?


Não existe uma receita pronta que ensine o que fazer. Porém, existem alguns cuidados que podem ser tomados.


Mudar requer paciência e existem muitos estágios pelos quais vamos passar para atingir essa mudança. Então, não tenha pressa em “passar de fase”,  se concentre em viver e compreender plenamente cada etapa.


Se pergunte:

  • Qual a importância desse hábito na sua vida?

  • Você considera prejudicial?

  • Você realmente quer parar?

  • Quão prejudicial você sente essa situação para você?

Se você já consegue observar danos trazidos pelo cigarro, se você já consegue – verdadeiramente – fazer uma relação custo benefício onde o cigarro “sai perdendo” em relação aos ganhos que você pode ter. Se você já considera parar de fumar uma necessidade e mesmo não conseguindo parar, você já não quer mais o cigarro na sua vida, maravilha. Você já está um passinho mais perto de parar.


Seguindo essa linha de pensamento você pode então chegar ao estágio de preparação para parar de fumar. Você já está pronto para buscar realizar as mudanças necessárias para que o cigarro saia de sua rotina. É necessária uma reestruturação de hábitos para que a abstinência do cigarro possa ser alcançada verdadeiramente.


Se você conseguir ativamente realizar essas mudanças na rotina e agir de maneira a tirar tudo que te traz o cigarro. Parabéns! Você estará muito perto do estágio de manutenção da vida sem o cigarro, que consiste em você continuar tomando o cuidado para que toda essa nova estrutura de vida se mantenha e tomando medidas preventivas que te impeçam de recair.


Essa etapa é eterna. Observar-se e afastar-se do que te faz recair é um cuidado que você terá para vida toda, mas se você já conseguiu chegar até aqui, você consegue ir muito mais longe.


Aí é só começar a contar os dias, meses, anos sem o cigarro.


Mas lembre-se,  apesar de você ser o principal agente nessa caminhada contra o cigarro, fazê-la com ajuda profissional e grupos de apoio é infinitamente melhor e muitas vezes bem mais leve. Não tenha vergonha ou medo de se juntar aos grupos. Todos estão vivendo a mesma coisa e cada experiência engrandece e ajuda muito mais. Existem lugares que oferecem apoio profissional gratuito e equipe multi-disciplinar para ajudar no tratamento.  


Boa sorte para todos. Acreditem no potencial e força de cada um de vocês!

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Juliana Pellegrino, Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010). É Gestalt-terapeuta pelo Centro de Gestalt-Terapia Sandra Salomão e Terapeuta Familiar Sistêmica Breve pelo Núcleo Pesquisas – Moisés Groisman. Trabalha como Psicoterauta individual de crianças, adolescente e adultos e também faz atendimento familiar e de casal. Trabalha atualmente com intervenção precoce em crianças com desvios no desenvolvimento, com o foco em crianças com possível risco autístico ou já diagnosticadas autistas. Também realiza Grupos Terapêuticos Infantis (enfoque na melhoria de habilidades sociais e estimulo de desenvolvimento) e Grupos Terapêuticos de Adultos (os temas variam de acordo com a demanda, por exemplo: Grupo de apoio à mães de crianças especiais).

Consultório: Largo do Machado, Rio de Janeiro – Brasil

Telefone para contato: (21)98320-4159

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