Eu sempre me senti diferente dos outros alunos. Não sabia explicar, mas tinha vergonha por não saber ler em voz alta, por não conseguir ver a hora no relógio que ficava em cima do quadro negro e por isso nunca sabia se a hora do recreio já estava chegando.
Ainda na faculdade tinha vergonha das minhas anotações que sempre faltavam palavras, vergonha de não encontrar minha sala, pois o número da porta se transformava a todo momento, então o jeito era ir de porta em porta até encontrar minha turma.
No final do ano passado, essa vergonha que eu sentia ganhou um nome: dislexia.
Saber que meu cérebro funciona de forma diferente do “tradicional”, me ajudou a entender que a dislexia não diminui meu potencial ou me limita e que cada um tem uma forma de aprender, pensar e agir.
O melhor de tudo foi sentir o real impacto do meu trabalho através do Criança e Saúde, pois foi um texto da fantástica Juliana Pellegrino que levantou minha suspeita e me fez buscar mais informações sobre o assunto e ajuda especializada. Se eu tivesse sido diagnosticada ainda na infância, provavelmente não teria passado por tantas situações constrangedoras e teria tido um acompanhamento especial para me desenvolver de acordo com a minha forma de aprender.
Mostrar que toda criança é capaz de alcançar o seu potencial é o que me move.
Conquistar o Selo Empreendimento Sustentável — Shell Iniciativa Jovem é a certeza de que estou no caminho certo.
Obrigada a todos que fazem parte dessa história! <3
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