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A criança mancando: um grande desafio!

Atualizado: 3 de mar. de 2023


Qual pai ou mãe não se preocupa quando percebe que seu filho/a está mancando? E o que falar quando a criança não quer apoiar o pé no chão e não quer andar? Na maioria das vezes, são imediatamente levadas ao atendimento médico.

O cenário encontrado, geralmente, é de uma criança de baixa idade, com histórico relatado pelos pais de que começou a mancar ou parou de caminhar subitamente, podendo ou não ter antecedente de queda ou trauma local.

Algumas vezes, a criança manca mas não refere dor alguma no membro inferior e não há nenhuma queixa relatada pelos pais ao manusearem os membros inferiores da criança. Apenas mancam de início súbito. Portanto, o diagnóstico para o profissional da saúde responsável pelo atendimento, é sempre um desafio.

Trata-se de uma criança de baixa idade, que não sabe informar com precisão o local da dor, às vezes, não tem dor e não tem noção de tempo sobre o início dos sintomas e fatores que possam ter desencadeado a queixa.




Outro fator que dificulta a análise é a dificuldade em fazer um exame físico detalhado no membro inferior da criança, pois muitas não gostam de ir ao médico, têm medo e pensam que vão sentir dor quando são examinadas suas articulações e a reação normal da criança é chorar e espernear o tempo inteiro durante as tentativas de exame físico, dificultando ou impossibilitando conclusões.

Existem diversas publicações científicas abordando o tema e tentando estabelecer protocolos médicos que minimizem esses desafios na hora de estabelecer o diagnóstico que justifique a queixa.

São diversas as causas que podem fazer uma criança mancar ou parar de andar: Causas inflamatórias, infecciosas agudas ou subagudas, reumatológicas, traumáticas, tumoriais, benignos ou malignos, hematológicas, lesões de partes moles, contusões, estão entre as mais frequentes.

Do ponto de vista médico, a preocupação é saber se o tratamento exige internação hospitalar de urgência e/ou cirurgia ou se a causa para o problema exige tratamento conservador, ou seja, não cirúrgico.

Só há uma forma de chegar às conclusões necessárias: através de uma boa avaliação médica, exame físico e realização de exames complementares de forma racional. As principais causas que devem ser exaustivamente pesquisadas são as infecções agudas (osteomielite e artrite séptica), que exigem tratamento de urgência em internação hospitalar.

Sabemos hoje que, felizmente, nas crianças de baixa idade, com início súbito do quadro, as principais causas que fazem mancar ou parar de andar são as inflamatórias, com amplo predomínio das relacionadas ao quadril (sinovite transitória do quadril, quadril irritável, artrite reativa), que tem um curso benigno quando diagnosticadas e tratadas adequadamente.

Nas crianças que mancam por longos períodos, semanas ou meses, as patologias do quadril mais relacionadas são a doença de Perthes, Epifisiólise estável e em qualquer segmento do membro inferior a osteomielite subaguda e as lesões tumorais.

Conclusões:

A criança que manca, só terá seu diagnóstico final estabelecido, após uma adequada avaliação médica e realização de exames complementares de forma racional, seguindo os principais protocolos de investigação realizados nos principais centros médicos do mundo.

Felizmente, na maioria das vezes, trata-se de patologia de curso benigno, porém causas mais graves que exigem tratamento de urgência, devem sempre estar em mente do profissional de saúde.





Obrigado pela atenção.


Um abraço a todos!


Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.





Criança e Saúde

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