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A preocupação com a aparência dos pés da criança.



Um estudo científico, publicado recentemente, revelou que o principal motivo que faz uma criança com pé plano ser avaliada pelo ortopedista pediátrico, vem a ser a preocupação dos pais com a aparência dos pés da criança.

Se estivermos diante de uma menina, questionamentos do tipo “quando ela crescer vai ficar com os pés feios assim?” são comuns em quem lida com este universo profissional.

Crianças têm pés planos, faz parte do desenvolvimento fisiológico dos pés.



Na grande maioria dos casos, tem resolução espontânea com surgimento progressivo da curvinha do pé (arco medial longitudinal).

São pés absolutamente normais do ponto de vista da função, ou seja, têm mobilidade livre, não apresentam dor, durante a marcha apoiam completamente o calcanhar no solo, permitem a criança correr e fazer todas as suas atividades livremente, inclusive esportivas.

Pés planos não fazem a criança ter quedas freqüentes durante a marcha e também não levam ao atraso no início da marcha.

Fatores como história familiar positiva para pé plano, encontrado nos pais, crianças com hipermobilidade articular (frouxidão dos ligamentos) e aquelas com sobrepeso ou obesidade influenciam no formato do pé encontrado.

A aparência do pé é uma questão subjetiva e não deve ser levado em consideração, isoladamente, no momento da avaliação feita pelo ortopedista pediátrico.



Nossa preocupação é com a função e com a existência ou não de dor nos pés e não apenas com o aspecto estético dos mesmos.

O tratamento só deve ser recomendado para aqueles pés planos que têm sintomas dolorosos evidenciados na avaliação médica.

O que faz um pé plano ser doloroso em algumas crianças e outros nunca apresentarem sintomas?


Esta é uma pergunta que ainda precisa ser mais estudada para o completo esclarecimento.

Sabemos hoje que, todo pé plano que apresenta dor, precisa ser avaliado com exame físico e, obrigatoriamente, com exame de imagem.

Existem diversos parâmetros radiológicos que avaliam o alinhamento das articulações do pé que, quando alterados, estão relacionados ao surgimento dos sintomas.

Quando estamos diante de crianças com pés planos flexíveis, idiopáticos, com movimentos livres e com queixas dolorosas, devemos sempre ter um mente que o tratamento inicial deve ser sempre conservador.


Queremos que a criança tenha um pé funcional, não necessariamente “bonito”.

Os familiares precisam saber que correção cirúrgica deste tipo de pé é exceção e, só deve ser cogitado para pés que são refratários ao tratamento conservador e que persistem com dor.

Nunca deve ser a primeira opção de tratamento.

Conclusões:



Pés planos, embora possam ser considerados feios, do ponto de vista exclusivamente estético, não necessitam de tratamento, desde que não tenham sintomas.

A maioria dos casos tem correção espontânea com surgimento progressivo da curvinha medial, durante o crescimento da criança.

Os casos dolorosos, idiopáticos e com movimentos livres, devem ser avaliados com imagem e serem tratados conservadoramente inicialmente.

Cirurgia somente para casos refratários ao tratamento inicial e que persistem com dor.

Obrigado pela atenção.


Um abraço a todos!


Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.

Consultório: Barra Life

Av. Armando Lombardi, 1000 – sala 231, bloco 2, Barra da Tijuca | Rio de Janeiro

Telefone para contato: 3264-2232/ 3264-2239




Criança e Saúde

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