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Como proteger o quadril da criança com paralisia cerebral?



O deslocamento do quadril ocorre em 35% das crianças com paralisia cerebral.

Está diretamente relacionado à classificação motora funcional da criança (GMFCS).



Para um quadril ser considerado em risco, é preciso que o percentual de migração lateral esteja acima de 30%.

Esse é um critério objetivo, que é definido através de exame de imagem do quadril.



O deslocamento do quadril pode resultar em dor, diminuição da função com dificuldade para ficar em pé e para realizar as transferências, dificuldade para a abertura das pernas para a troca de fralda e higiene perineal.

O risco para o deslocamento dos quadris é maior nas crianças não andadoras (cadeirantes), que têm dificuldade na sustentação da cabeça, onde o desequilíbrio muscular ao redor do quadril, associado a ausência de sustentação do peso corporal sobre os quadris, permitem o surgimento de alterações ósseas progressivas como coxa valga, anteversão femoral e displasia acetabular.



O programa de vigilância dos quadril, é um protocolo que existe no mundo todo (universal), onde todas as crianças portadoras de paralisia cerebral têm o monitoramento clínico e com imagem da congruência articular dos quadris, visando o diagnóstico precoce daqueles quadris de risco e o seu imediato tratamento.

Uma vez definido que o quadril está em risco, com exame clínico da limitação do grau de abdução dos quadris e do elevado percentual de migração lateral da cabeça femoral , através de exame de imagem, devemos indicar o tratamento eficaz de imediato.

O método não operatório com órteses ou com injeção de botox não é eficaz para o tratamento dos quadris subluxados na paralisia cerebral.



O único tratamento eficaz em corrigir a subluxação do quadril e garantir a congruência articular na paralisia cerebral, é o tratamento cirúrgico.

As cirurgias se subdividem em procedimentos preventivos, reconstrutivos e de salvamento.

A filosofia é prevenir sempre, reconstruir às vezes e, sempre que possível, evitar as cirurgias de salvamento.

A cirurgia preventiva é aquela que deve ser realizada na criança de baixa idade, desde que os quadris demonstrem os sinais de risco citados acima.

Trata-se de um procedimento em que é realizado o alongamento cirúrgico dos músculos flexores e adutores do quadril.



O protocolo de vigilância do quadril na paralisia cerebral é fundamental para a identificação precoce dos quadris em risco e para a realização do tratamento cirúrgico eficaz.

A excelência dos resultados estão diretamente relacionados ao percentual de migração lateral da cabeça femoral no momento da indicação, nunca excedendo 50%.

Conclusões:

– Todas as crianças com paralisia cerebral precisam fazer o protocolo de vigilância com determinação clínica do grau de abertura dos quadris e com determinação do percentual de migração lateral no exame de imagem.

– Aqueles quadris em risco devem ser submetidos ao tratamento preventivo de imediato.

– Crianças cadeirantes, com pouca sustentação da cabeça e com tetraparesia espástica são as de maior risco para patologias dos quadris.



Obrigado pela atenção.


Um abraço a todos!


Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.

Consultório: Barra Life

Av. Armando Lombardi, 1000 – sala 231, bloco 2, Barra da Tijuca | Rio de Janeiro

Telefone para contato: 3264-2232/ 3264-2239




Criança e Saúde

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