Conhecendo a principal causa:
A coluna lombar é formada por 5 vértebras que estão alinhadas uma sobre as outras e separadas pelos discos intervertebrais.
O alinhamento vertebral forma uma curva fisiológica e normal conhecida como lordose.
O aumento da lordose é chamado de hiperlordose lombar.
A vértebra é formada pelo corpo vertebral, situado na parte da frente e pelo arco posterior, atrás.
Dentro do arco posterior passa a medula espinhal.
A patologia:
A principal causa de dor lombar em crianças e adolescentes é chamado de espondilólise.
O que é isso?
Trata-se de uma lesão óssea, no arco posterior vertebral, dolorosa, podendo levar à instabilidade e deslizamento de uma vértebra sobre a outra (espondilolistese), em 15% dos casos.
A causa:
A principal teoria seria de que a lesão representa uma fratura por “stress” (sobrecarga repetitiva), com fadiga do arco posterior vertebral, em crianças com hiperlordose lombar.
Está associado ao impacto repetitivo local, em crianças e adolescentes que praticam esportes que favorecem a hiperextensão lombar.
Incidência:
5% da população tem espondilólise, porém nem sempre apresenta sintomas.
É 3 vezes mais comum em meninos do que em meninas.
As queixas da criança:
A principal causa identificável de dor lombar em crianças e adolescentes é a espondilólise.
40% das crianças relatam trauma local como o evento para iniciar sintomas.
A maioria das crianças tem hiperlordose lombar, mas pode ocorrer achatamento e retificação da lordose nos casos onde o deslizamento de uma vértebra sobre a outra já ocorreu.
Manobras para hiperextensão da coluna desencadeiam sintomas.
Dificuldade para sentar e caminhar, apresentando marcha com passos curtos, na maioria das vezes é encontrado.
Dificuldade para extensão dos joelhos, devido ao encurtamento dos músculos posteriores da coxa.
Nos casos de compressão radicular, fraqueza muscular e alterações dos reflexos tendinosos são encontrados.
Como fazer o diagnóstico?
A confirmação exige exame de imagem, sendo na maioria das vezes a radiografia
simples o exame necessário.
Tomografia computadorizada e ressonância magnética, só devem ser solicitadas em situações específicas.
O tratamento:
Não cirúrgico:
– Afastamento das atividades físicas;
– Analgésicos;
– Fisioterapia, visando correção da hiperlordose lombar, alongamento muscular,
fortalecimento muscular do tronco;
– Coletes – Podem ser usados, principalmente para crianças com sintomas agudos e de forte intensidade. Tem como objetivo analgesia e redução da lordose lombar.
Os resultados:
80% das crianças e adolescentes resolvem seus sintomas sem cirurgia.
Acima de 90% dos pacientes retornam aos mesmos níveis de atividade física, prévios à lesão.
Lesões em vértebras acima da quinta lombar, têm melhor prognóstico.
A cirurgia:
Indicado para casos refratários ao tratamento conservador;
Crianças e adolescentes com dor radicular e sinais de compressão da medula espinhal;
Deslizamentos vertebrais (espondilolistese) acentuados.
Conclusões:
Dor na coluna lombar em jovens é uma queixa comum.
Devemos sempre valorizar e investigar a causa do sintoma.
Espondilólise é a principal causa e um bom diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequados, são fundamentais para garantir ao jovem uma coluna sem sintomas ou preocupações futuras.
Um abraço a todos!
Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.
Consultório: Barra Life
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