Sabemos que escoliose é um desvio lateral da coluna vertebral com deformidade rotacional do corpo da vértebra.
Clinicamente, o que observamos vem a ser a assimetria na altura dos ombros, também relatado como desnível nos ombros, assimetria ou desnível na cintura e formação de gibosidade, ou seja, um caroço nas costas quando o adolescente inclina o tronco para frente.
Escoliose causa deformidade que pode ou não ser progressiva mas, sem dor.
É mais comum em meninas, a causa é desconhecida, sendo referida como idiopática, sendo a idade de surgimento uma das formas de classificação.
A escoliose é do adolescente quando seu surgimento ocorreu em idades maiores ou iguais a 11 anos.
A forma de tratamento depende de vários fatores, sendo que os principais são:
– Tamanho da curva medidos nas radiografias com o adolescente em pé;
– Tipo de curva, sabendo que as curvas podem ser torácicas, lombares, toracolombares, dupla curva e até tripla curva;
– Grau de maturidade do esqueleto, levando em consideração critérios radiográficos da ossificação da crista ilíaca (osso da bacia), conhecido como escala de maturação de Risser.
– Tipo de curva, sabendo que as curvas podem ser torácicas, lombares, toracolombares, dupla curva e até tripla curva;
– Grau de maturidade do esqueleto, levando em consideração critérios radiográficos da ossificação da crista ilíaca (osso da bacia), conhecido como escala de maturação de Risser.
Qual a indicação?
Em linhas gerais, pacientes imaturos do ponto de vista esquelético, ou seja, com grande potencial de crescimento da sua coluna vertebral e que apresente valores da curva entre 25 -45 graus, são os candidatos ao uso do colete.
O objetivo do colete é o de impedir a progressão da curva escoliótica enquanto o indivíduo está crescendo.
Não tem como objetivo corrigir a curva, apenas impedir sua piora.
Para atingir esses objetivos, os coletes eram prescritos por período integral de uso, ou seja, a recomendação era para uso 23 h/dia, retirando só para banho, esportes e fisioterapia.
Na prática, muita resistência é encontrada por parte do adolescente em respeitar na íntegra esse protocolo de tratamento, por diversos motivos, sendo um deles o estigma que o colete exerce no convívio com os amigos/as, vergonha por ter que usar um aparelho, diferente das outras pessoas da mesma idade, ou seja, dificuldades com o convívio social.
A aceitação do uso do colete é um problema por parte do adolescente.
A mensuração, por parte do médico e da família, quanto ao número de horas /dia do uso do colete é muito difícil de ser feita, ficando assim, questionável se o uso do colete, de forma irregular, seria eficaz em tratar a deformidade.
Vários estudiosos no assunto tem repensado o número de horas/dia necessários para que o colete consiga realizar seus objetivos.
Estudos têm sido desenvolvidos com o objetivo de saber se o uso noturno do colete (8h de sono), poderia diminuir os efeitos negativos na aceitação do tratamento, facilitando a vida do adolescente, sem prejudicar o resultado final.
Os resultados publicados no mundo todo, quando em se tratando de escoliose do adolescente, revelam que o uso noturno do colete, permite uma maior modelagem e consequentemente maior manutenção da curva corrigida dentro do colete, sendo bem tolerado pelo adolescente, devido ao menor número horas usado por dia.
Quando comparados com os pacientes que usam o colete de forma integral, os estudos revelam que o uso noturno (8h) e o uso integral (23H), oferecem resultados semelhantes em termos de eficácia do tratamento, por isso sendo justificado a prescrição do colete para uso noturno.
Importante ressaltar que cerca de 25 a 35% dos pacientes que usam colete, sejam por uso integral ou noturno, terão progressão da deformidade, por motivos desconhecidos ainda.
Estes serão os pacientes que necessitarão de correção cirúrgica da sua deformidade.
Para a indicação do uso noturno do colete, é preciso que as curvas respeitem alguns critérios que são definidos na consulta médica, através da medição da curva, localização e onde está a vértebra do ápice da curva.
Radiografias de controle feitas com o colete são importantes para saber a flexibilidade da curva e até quanto o colete está alinhando a curva.
Conclusões:
Sabemos hoje que a prescrição para colete de uso noturno para o tratamento da escoliose passou a ser a regra nos casos de escoliose do adolescente, respeitando as indicações quanto às características da curva;
Isso representa uma melhoria na aceitação ao tratamento por parte do paciente;
Mantém a eficácia do método e representa um avanço no tratamento dessa deformidade tão comum.
Um abraço a todos!
Dr. Maurício Rangel é formado em Medicina pela Faculdade Souza Marques (1994) e médico Ortopedista Pediátrico. Trabalha atualmente em consultórios com atendimento ambulatorial e cirurgias ortopédicas pediátricas eletivas. Especialista em diversas patologias musculoesqueléticas em crianças e adolescentes e cirurgias relacionadas.
Consultório: Barra Life
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Telefone para contato: 3264-2232/ 3264-2239
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